segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Desfile da Confraria confirma compromisso com a sustentabilidade e reforça o conceito No Copy

CONFRARIA DA AUTENTICIDADE
Em 2007, em uma das primeiras participações da Confraria no Capital Fashion Week (CFW), a estilista Ana Paula Braga Ávilla levou mais que moda para a passarela. Naquela edição realizada no Teatro Nacional Claudio Santoro, ela fez um manifesto claro e divertido para expor a gravidade da indústria das cópias, aquela que explora mão de obra não especializada— isso quando não a escraviza--, sonega impostos e se apossa do talento alheio.

Na abertura da performance, modelos calçaram sapatilhas onde estavam escritas No Copy-- quase um slogan da marca--, e a história contada fez menção às “pesquisas de moda” feitas hoje em dia e que, na opinião da estilista, muitas vezes nada mais são que um “Ctrl  C + Ctrl  V” de marcas internacionais. Nas bolsas apresentadas, “grifes”  como “Luiz Viton”, “Phendi”, “Dote & Kabana” e “Miu Miau”

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Bastidores do desfile da Confraria, no CFW, em setembro de 2007

Agora, em 2011, o tema cópias foi tratado sob outro foco. A Confraria, a exemplo do que acontece com tantas grifes internacionais, também é copiada. “Numa escala muito menor, mesmo patenteando nossas peças no INPI, somos copiados por gente daqui mesmo e de outras cidades do Brasil. Imitam os modelos com shape idêntico e material de péssima qualidade. Naturalmente, trocam o nome Confraria pelo de alguma‘designer’, o que é ainda pior. O prejuízo certamente é menor que nos casos mais conhecidos de falsificação, mas a revolta, o sentimento de injustiça é enorme”, afirma a empresária.

Os “clones” de “segunda categoria” são comercializados em feiras e lojas. Em órgãos públicos as vendedoras anunciam “Temos cópias da Confraria”. Ao longo do último ano, toda essa desgastante e incontrolável situação quase serviu de impulso para que a estilista brecasse seu processo de criação, fechasse a sua fábrica e lojas e simplesmente passasse a criar para outras marcas, se fosse o caso. “Do processo criativo até a peça ficar prontinha, desenvolvo uma relação profunda com o produto. Ele carrega meu tempo, minha criatividade, minha arte, o meu conhecimento. É muito duro ver alguém roubando um filho nosso. Guardadas as devidas proporções, é essa a sensação”.

Como forma de reafirmar o valor de seu produto e seu compromisso com a autenticidade, a Confraria dedicou a abertura do desfile de hoje a grandes hits da marca. Não, por acaso, os mais copiados de seis anos para cá. Para realçar a posição de destaque das peças para a marca, as modelos foram paramentadas como princesas, com coroas de cartolina e saias de papel manteiga-- o mesmo usado para embalar as peças dentro das caixas--, abrindo espaço para o outro bloco do desfile, o da Sustentabilidade.

Aliás, boa parte da concepção da participação da Confraria no CFW esteve alinhada com esse conceito, já que desde a pulseira-convite, até às bolsas distribuídas à imprensa foram fabricadas com material que normalmente seria descartado, mas que a marca sempre aproveita de forma criativa. Compondo os looks, roupas e adereços feitos de retalhos de couros e cartolinas, material usado na composição dos moldes. De “resto”, apenas moda de altíssima qualidade. Sapatos e bolsas das coleções de alto verão e também algumas peças do inverno—20 peças, ao todo— compuseram looks compostos, ainda, por roupas assinadas pela estilistas, tudo feito com retalhos de couros.

Ana Paula vislumbra um mundo melhor e acha que o exemplo tem que começar em casa. “Temos nossa horta orgânica, fazemos compostagem de óleo que é transformado em sabão e distribuído a amigos e funcionários”. Na fábrica, junto aos funcionários, busca imprimir o mesmo conceito de sua vida pessoal e não abre mão da coleta seletiva de lixo, economia de energia e reaproveitamento de materiais. É uma condição que se impôs para ser pertinente com o que faz e acredita. Se não, ficafake e aí isso ela não tolera.














 FICHA TÉCNICA
Styling: Ana Paula Braga Ávilla e
Fotos: Pedro Ladeira


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